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sábado, 30 de julho de 2011

1992 - The Complete Muddy Waters 1947-1967 - (9 CD Box Set) [CHESS]

McKinley Morganfield, mais conhecido pelo seu apelido lamacento, é frequentemente citado como o criador do chamado Blues de Chicago. Mais que isso, o próprio B.B. King o chamava de "patrão de Chicago"! E realmente, sob seu comando desfilaram alguns dos maiores ícones do blues elétrico e citadino norte-americano das décadas de 50 e 60. Só para citar alguns: Marion Jacobs (a.k.a. 'Little Walter': criador de um timbre perfeito, até hoje perseguido por inúmeros harmonicistas, no blues ou fora dele), parceiro de Waters por anos a fio; Pinetop Perkins; Willie Dixon (compositor de vários dos hits de Waters); James Cotton; Ottis Spam; Walter Horton; Buddy Guy e por aí vai. A lista seria imensa!

Também se costuma dizer de Waters como 'inventor' da guitarra elétrica. Se não chega a tanto, ao menos podemos dizer, com um nível alto de segurança, que Morganfield foi quem consolidou o som característico da guitarra no blues elétrico, bem como a concepção de toda uma parafernália instrumental que a acompanharia no que chamamos "formação clássica" nas blues bands: guitarras, bateria, contrabaixo e gaita (e piano, vez por outra).

Mr. Mckinley, na verdade, foi criado por sua avó, em local muito próximo às barrancas do rio Mississippi, trabalhando junto à famosa Stovall Plantation, um pólo algodoeiro a norte de Clarksdale ativo desde o início do XX. Ali, durante uma prospecção feita pelo musicólogo Alan Lomax, da Livraria do Congresso Americano, foi descoberto e gravado pelo mesmo em 1941, sendo esses os primeiros registros de sua obra. Tais gravações - que não estão presentes neste post - foram um dos pontos centrais que fizeram com que o jovem McKinley tomasse a decisão de abandonar os cotton fields de Stovall e fosse tentar uma carreira em Chicago, onde acabaria conhecendo o ambicioso Leonard Chess, fundador da Chess Records.


Seu envolvimento com Leonard Chess e as gravações que dele resultaram se transforam em estandarte de toda uma época do blues norte-americano e inspiração certa para toda a geração que fez da metrópole cinzenda européia a Swingin' London da virada do início dos 60 (mais que batido dizer que Jagger, Richards e Jones resolveram batizar sua banda com o nome de uma música de Muddy).


São justamente essas gravações (da era de Chicago, pela Chess) que estão aqui, distribuídas em 917,29 MB de um download em link único (que comodidade, hein?). O box compreende 9 CDs(!) com o regístro completo de duas décadas(!) da música que Waters fez pela não menos lendária Chess Records. Por estarem as gravações dispostas por ordem cronológica, podemos acompanhar a evolução musical de Morganfield e trupe, e do próprio Chicago Blues em si. Notem que as tags estão muito completas (me deram um trabalho danado!) e que oferecem, além do nome da faixa e artista - que é o básico - uma descrição bastante satisfatória: data da gravação e até line up (quem tocou o quê em cada música).

Enfim, não só pela obra em si, magnificência ímpar de Muddy Waters no auge de sua carreira, o post aqui em questão é boa cortesia do Tutti, submerso nas lamacentas águas mississippianas, que transplantadas para a cidade, vincaram profundamente as Roots do Chicago Blues.


Brindemos então à Mr. Mckinley Morganfield, Muddy Mississippi Waters!

Bom down!

domingo, 17 de abril de 2011

Música com cheiro de queijo e goiabada!

MINAS (1975)


Hoje fazem exatos sete meses desde que me mudei para Rondônia.

Os leitores desse blog (se é que há algum) não sabem, mas vim de Minas para cá para trabalhar como funcionário público, após uma incontável série de concursos.

Morava em Barbacena, bem no meio da serra da Mantiqueira. É aquela coisa: somente percebemos o valor daquilo que temos quando já não o temos mais. Quantas saudades da minha terra!

Lá, há uma escola de música, criada a partir dos esforços do grupo teatral Ponto de Partida, grupo referência no teatro brasileiro contemporâneo. Essa escola chama-se Bituca, em homenagem a um outro mineiro muito conhecido no cenário musical mundial.

Nunca fui lá um grande conhecedor de sua obra, mas desde minha partida de Minas, seus discos vêm se tornando parte importante da trilha sonora de minha vida, e a cada vez que os ouço, me sinto mais e mais apaixonado por suas canções. Essas, sempre têm gosto de recordação. E a memória, meus caros, é a mais doce dádiva de Mnemósine, vocês sabem.

Chega de conversa. Com vocês: MÍLTON!


(clique no título do post para baixar. Link copiado do Tralhas Modernas)


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Encyclopedia of the Blues

Essa é fantástica! Vibrei quando encontrei!

Uma pérola para pesquisadores e amantes do Blues em geral.

No primeiro link a atração: 1274 páginas de uma enciclopédia fantástica, editada em 2006 por Edward Komara, renomado autor do assunto.

http://www.4shared.com/document/V7sJgIbG/Encyclopedia_of_the_Blues.htm

Brindando o achado, o segundo link traz seu artigo de 1997, publicado no Black Music Research Journal: Blues in the Round.

http://www.delta-blues.org/PDF/Blues_in_the_Round.pdf

sábado, 24 de julho de 2010

VÍDEO: Ziggy Stardust And The Spiders From Mars July 3,1973


David Bowie, obviamente, dispensa apresentações. Seu mais aclamado disco,(1972) "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars", já é bastante conhecido, e qualquer pesquisa rápida na Internet pode dar conta de encontrá-lo, com lyrics e tudo mais.

O link que segue é de vídeo. "Ziggy Stardust And The Spiders From Mars July 3,1973". Trata-se de um excelente show - o mais famoso talvez - daquela turnê.

Ficar falando aqui de Bowie ou Mick Ronson, creio, seria chover no molhado. Assim, para baixar, clique no título da postagem.


O arquivo está no formato AVI. São 700 Mb. Bom filme!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma Discografia da Roça: Zé Côco do Riachão

Separe o queijo minas, aquela cachaça de Salinas, o cachimbo e o fumo de corda. Prepare sua velha cadeira de balanço (ou a rede desbotada se preferir), leia algumas linhas do seu Guimarães Rosa favorito e sirva o primeiro trago. Você embarcará em uma viagem pelos rincões do norte mineiro, na companhia de um dos maiores violeiros/rabequeiros/luthiers de sua história: Zé Côco do Riachão!

O Tutti submerge em Roots, revelando a fina flor de um mestre da Folia de Reis mineira. Gênio ágrafo plantado no chão do Vale do Jequitinhonha, Zé Côco vem à tona nesta postagem, com três discos fabulosos, entrecortados pela mansa fala capiau, celestialmente envoltos no toque mágico e resoluto, ora de suas violas caipiras, ora de sua rabeca enluarada.

Zé Côco foi um daqueles prodígios que o mundo não viu, e nunca teria visto - bem verdade - se esses três álbuns não tivessem vindo à luz. Sua popularidade só veio a extrapolar os limites da localidade quando Zé já contava quase setenta anos de idade. Ainda assim, o grande músico e artesão que era Zé Côco não fizeram dele, assim digamos, uma celebrity. Morreu pobre Zé Côco, e o mundo ainda lhe deve seu merecido reconhecimento.


Em um único link (privilégio ofertado pelo Tutti que vos fala) encontram-se seus três discos. São eles:

(1980) Brasil Puro;









(1981) Zé Côco do Riachão;








(1987) Vôo das Garças.








Pesquisando na Internet, encontrei uma viola feita por Zé Côco à venda. Não sei por quanto tempo vai durar esse link, mas o colo aqui, para que os visitantes possam ter uma idéia do célebre trabalho de lutheria desenvolvido pelo mestre.
Bom... é isso. No mais, aproveite o queijo, o fumo e a rede (ou cadeira). Agora... se a pinga for da boa mesmo, joga um gole pro santo, que esse já tá de saco cheio de tomar etanol barato. Se for Havana, faz melhor, joga pro santo oferecendo um brinde ao autor desse modesto bloguinho. Meu santo agradece...
Sem mais, com você caro leitor: Zé Côco do Riachão!



O download inclui áudio e capas.

Lonnie Johnson & Elmer Snowden (1960) "Blues & Ballads" e "Blues, Ballads & Jumpin' Jazz"

Nascido em New Orleans, ladeado por uma família toda ela musical, Lonnie Johnson (1899-1970) é figura conhecida, emblemática igualmente para o Jazz e para o Blues. Sua sutileza vocal, o tempero harmônico de seus licks de guitarra, a suavidade do conjunto de seu som, tudo isso combinado, na excelência habitual que lhe é peculiar, tornou seu nome conhecido e respeitado tanto no mundo do Jazz quanto no do Blues. Podemos dizer, sem muito medo de errar, que Lonnie Johnson é o eixo absoluto no trânsito entre os dois estilos musicais. O mais perfeito, mais bem acabado exemplo já surgido das imbriçações possíveis entre Jazz e Blues. Amálgama ímpar na história da música norte-americana, ouvir Lonnie Johnson é sempre cair no deleite do híbrido, no debuxo bluezy de um jazz. Técnica e feeling incomparáveis, estilo único e inconfundível.

Elmer Snowden, muito conhecido no circuito jazz, ficou célebre por seu trabalho com o banjo, muito embora não sirva-se somente dele no conjunto de sua obra. Músico exímio, também foi responsável pelo alavancamento de carreiras impressionantes, como a de Coleman Hawkins, por exemplo.

Aqui, o encontro entre os dois mestres faz surgir uma obra-prima. O link a seguir abriga dois volumes de uma sessão de estúdio pelo lendário selo Bluesville Records. Editado em 1960, "Blues & Ballads" precede o chamado "Blues, Ballads & Jumpin' Jazz", editado décadas depois, apenas no quesito editorial, já que fazem ambos parte das mesmas sessões.

Tanto Johnson quanto Snowden estavam inspiradíssimos e, posso garantir, terás enorme prazer em ouvi-los, tanto no álbum original de 1960 quanto nas suas sobras de estúdio (que, convenhamos, parecerá mais banquete).

DOIS ÁLBUNS EM UM SÓ LINK!

http://www.megaupload.com/?d=1ECBSO8Q

O download inclui, além do áudio, capa (frontal) e info de cada álbum.

ALTAMENTE RECOMENDADO!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BIG BILL BROONZY - Big Bill Broonzy Sings Folk Songs (1962)




Big Bill Broonzy é uma lenda. Seu nome é dos mais conhecidos e influentes Blues afora.

O que pouca gente sabe, entretanto, é que Big Bill Broonzy foi discípulo de outro grande bluesman, este mais olvidado sem dúvida: 'Papa' Charlie Jackson. Muito embora Charlie Jackson seja mais lembrado por seu trabalho com o banjo, foi ele que ensinou os primeiros licks de guitarra à Broonzy.

Nascido nas beiradas do Mississippi na última década do XIX, Broonzy mudou-se para Chicago na década de 20. No decênio seguinte, já incorporava outros instrumentos e músicos em suas apresentações, o que se tornaria característico da cena de Chicago, ou melhor, do estilo conhecido como Chicago Blues.

Este que segue, é um trabalho de compilação de 1962. Bem gravado, este é um dos meus 'queridinhos'. Vale ouvir!

Link para download: clique no título da postagem. :)

O DIVÃ

-

Olhai no fundo desses olhos...

Quanta dor que aqui lateja?

Quanta lágrima despeja?

Quanta é desilusão?

-

Haverá tal panacéia,

Que exorte tantos males?

Que me mande pelos ares?

Que me ale ou tesão?

-

Ante a face da peleja,

Feito um homem que rasteja,

Vou em busca de altares.

-

-

Trafego atravessando mares,

No horizonte que se estende.

Nem a faca, nem o dente,

Poderiam me atiçar.

-

De chofre, passa a dor perene,

Vendo a morena debruçada,

Varando o corpo, a madrugada,

Deflorada, a transear.

-

Questão que não se compreende.

o sexo nos entende,

No divã de uma trepada.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bo Carter - Twist it Babe (1931-1940)


Talvez você já tenha ouvido Robert Plant esgoelar-se em algo como: "Squeeze my Lemon... till' the juice runs down through my legs."

Pois é... podia até parecer algo bem original lá pelos idos dos fins dos 60's, mas a origem está aqui: Bo Carter. Dito "pai do Dirty Blues". Um instrumentista excepcional, uma voz muito característica, um compositor influente, um letrista polêmico.
Armenter 'Bo Carter' Chatmon nasceu em 21 de março de 1893, às margens do Mississippi, onde aprendeu a tocar com seus pais. Pertencia a uma família muito musical.
Fundou os Mississippi Sheiks com seu irmão Lonnie Chatmon, violinista, e um amigo Walter Vincson, cantor e guitarrista. Ocasionamente, outro irmão Chatmon juntava-se à trupe: Sam, baixista. O grupo fez sucesso na América pré-depressão, e no período posterior ao Crack, quando as Jug-Bands (que na falta de grana, fabricavam os próprios instrumentos) arrebatavam os corações urbanos. Tornou-se também o manager do grupo, e gerenciou uma carreira solo razoavelmente bem sucedida na década de 30, tornando-se um dos principais nomes do Blues urbano do período. Com os Sheiks, acabava por imiscuir-se em platéias brancas, tocando um repertório voltado aos hits dançantes da era. Mas encontrava-se realmente nos Blues. Ou melhor, nos Dirty Blues, que criou (ou ajudou a criar).

Este álbum, fantástico, mostra, de certa forma, essas duas veias de Bo Carter. Um homem entre o Delta Blues e o som urbano das metrópoles, um letrista inconfundível, dono de perversões dignas dos elogios de Robert Crumb (e é bom lembrar que Bo Carter foi uma das famosas 'figurinhas' que o ilustrador produziu).
O álbum traz registros feitos na década de 30, aquela que talvez possa ser apontada como o auge de Bo Carter. Na década seguinte, Bo Carter mudou-se para Memphis, trabalhou fora da música e foi morrer em 1964, com quase 70 anos de idade.
Gosto muito desse álbum. Bom proveito!

Download Link: http://sharebee.com/1fadf04e ou clique no título.

Comecei este blog em 2007... acabei abandonando depois da primeira postagem.
Nesse meio tempo trabalhei em lugares diferentes, me casei, passei para o mestrado, li várias coisas... o tempo passa e a gente nem vê.
Vejo os blogs hoje. Acho que dificilmente contribuirei com algo extremamente original.
As próprias idéias mudam. Se no início, desejava fazer do Tutti Roots um blog exclusivamente para posts de velhos discos, hoje já não sei se é isso que quero.
A vida é eterna dúvida.
Mas ficou sempre uma vontade de retomar isso aqui.
Preciso de um espaço para escrever também. Postar meus livros. Devolver ao mundo, de alguma forma, os pensamentos que foram - e continuarão - compondo aquilo que julgo saber.
Reflexões de um velho capiau.
Sigo nas raízes...