O DIVÃ
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Olhai no fundo desses olhos...
Quanta dor que aqui lateja?
Quanta lágrima despeja?
Quanta é desilusão?
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Haverá tal panacéia,
Que exorte tantos males?
Que me mande pelos ares?
Que me ale ou dê tesão?
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Ante a face da peleja,
Feito um homem que rasteja,
Vou em busca de altares.
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Trafego atravessando mares,
No horizonte que se estende.
Nem a faca, nem o dente,
Poderiam me atiçar.
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De chofre, passa a dor perene,
Vendo a morena debruçada,
Varando o corpo, a madrugada,
Deflorada, a transear.
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Questão que não se compreende.
Só o sexo nos entende,
No divã de uma trepada.
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