Talvez você já tenha ouvido Robert Plant esgoelar-se em algo como: "Squeeze my Lemon... till' the juice runs down through my legs."
Pois é... podia até parecer algo bem original lá pelos idos dos fins dos 60's, mas a origem está aqui: Bo Carter. Dito "pai do Dirty Blues". Um instrumentista excepcional, uma voz muito característica, um compositor influente, um letrista polêmico.
Armenter 'Bo Carter' Chatmon nasceu em 21 de março de 1893, às margens do Mississippi, onde aprendeu a tocar com seus pais. Pertencia a uma família muito musical.
Fundou os Mississippi Sheiks com seu irmão Lonnie Chatmon, violinista, e um amigo Walter Vincson, cantor e guitarrista. Ocasionamente, outro irmão Chatmon juntava-se à trupe: Sam, baixista. O grupo fez sucesso na América pré-depressão, e no período posterior ao Crack, quando as Jug-Bands (que na falta de grana, fabricavam os próprios instrumentos) arrebatavam os corações urbanos. Tornou-se também o manager do grupo, e gerenciou uma carreira solo razoavelmente bem sucedida na década de 30, tornando-se um dos principais nomes do Blues urbano do período. Com os Sheiks, acabava por imiscuir-se em platéias brancas, tocando um repertório voltado aos hits dançantes da era. Mas encontrava-se realmente nos Blues. Ou melhor, nos Dirty Blues, que criou (ou ajudou a criar).
Este álbum, fantástico, mostra, de certa forma, essas duas veias de Bo Carter. Um homem entre o Delta Blues e o som urbano das metrópoles, um letrista inconfundível, dono de perversões dignas dos elogios de Robert Crumb (e é bom lembrar que Bo Carter foi uma das famosas 'figurinhas' que o ilustrador produziu).
O álbum traz registros feitos na década de 30, aquela que talvez possa ser apontada como o auge de Bo Carter. Na década seguinte, Bo Carter mudou-se para Memphis, trabalhou fora da música e foi morrer em 1964, com quase 70 anos de idade.
Gosto muito desse álbum. Bom proveito!
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